terça-feira, 15 de outubro de 2013

Aeroporto de Viracopos tem aumento de 19% no registro de balões em 2013

EPTV flagra balão em área de pouso e decolagem
de Viracopos (Foto: Edvaldo Souza/EPTV)
O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), é o segundo do país em número de registro de ocorrências envolvendo balões na rota de pousos e decolagens do país, segundo dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O número de comunicações em 2013 já é 19% maior em relação a todo o ano passado. O risco maior de choque é durante aterrisagens e partidas porque são procedimentos em que os aviões estão normalmente na altitude dos balões.
Apesar das comunicações feitas por pilotos e controladores de voo após visualização de balões na área da pista do terminal de Campinas, não houve acidentes registrados no período, segundo a concessionária Aeroportos Brasil, que administra Viracopos. Entre janeiro e setembro de 2013, 6,8 milhões de passageiros domésticos e internacionais embarcaram ou desembarcaram no aeroporto. Em volume de aeronaves, a movimentação foi de 10,7 mil no mesmo período.
No estado de São Paulo também houve um aumento de 21,5% do registro de ocorrências no comparativo a todo ano de 2012 e entre janeiro e outubro deste ano. A soltura de balões, além de ser crime ambiental, é um perigo para aviação. Uma colisão pode causar até a queda de uma aeronave, dependendo da velocidade do avião e da massa do balão.
O Cenipa explica que um balão com cerca de 15 kg, considerado pequeno, bata em um avião que esteja a uma velocidade de 300 km/h. Nesse caso, o impacto pode ser de 3,5 toneladas. Se o peso do balão for de 50 kg e colidir com uma aeronave a 450 km/h, o impacto sobe para 100 toneladas, o que pode derrubar um avião.
Relatórios e flagrante
Na manhã desta terça-feira (15), a EPTV flagrou um balão em Viracopos. No site do Cenipa, é possível ter acesso a todos os relatórios feitos sobre ocorrências deste tipo. No dia 25 de agosto desse ano, às 15h40, um avião estava a três mil pés de altitude e o comandante relata a presença de um balão a cerca de mil metros.
A tripulação já se preparava para o pouso no Aeroporto de Viracopos, mas precisou arremeter para evitar um acidente. No relatório ao Cenipa, o controlador de voo que acompanhava a aeronave e que conversou com o piloto durante o procedimento de aterrisagem descreveu que um balão pequeno caiu na pista e foi levado para fora da área de pouso. 
Em outro caso, no dia 8 de setembro, a situação foi mais grave no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. O avião Airbus A340, da companhia aérea Avianca, estava na etapa de pouso quando o copiloto avistou um balão de proporções médias na proa da aeronave.  O comandante reportou ao Cenipa que desligou o piloto automático, fez uma curva para evitar a colisão no nariz do avião, mas que parte do balão atingiu a asa esquerda. Apesar dos problemas, o piloto conseguiu aterrisar.
O comandante Claudio Cesar é piloto de helicóptero há cinco anos e garante que a maior incidência da balões é no estado de São Paulo. Ele já voou no Rio Grande do Sul e Minas Gerais, mas nunca encontrou uma situação semelhante. O pior período é o mês de junho, por causa das festas juninas. "Eu já vi balões de todos os tipos, tamanhos, em altitudes diversas. Até mesmo alguns com botijões de gás pendurados", conta.
O diretor de operações de Viracopos, Marcelo Mota, defende que o risco dos balões podem ser eliminados com a educação dos moradores no entorno dos aeroportos. "Um choque do balão com uma aeronave pode ter consequencias muito sérias, como um acidente aéreo, além do dano patrimonial como um incêndio no sítio aeroportuário", explica. A concessionária responsável pelo terminal de Campinas realiza um trabalho nas escolas próximas ao aeroporto, com distribuição de cartilhas e palestras de orientação.
Quedas
Em Viracopos, apesar da ausência de registros de acidentes ou incidentes envolvendo aeronaves e balões, ocorreram 11 quedas de balões na área do aeroporto em 2010, 21 em 2011 e 16 em 2012. Os terminais do Brasil com maior índice de avistamento e ocorrências deste tipo na rota de pousos e decolagens são o de Guarulhos, Campinas e Curitiba (PR), todos internacionais.
Notícia por G1.com

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