domingo, 26 de agosto de 2012

Área de embarque de Viracopos irá aumentar 142% em sete meses


A área de embarque do Aeroporto Internacional de Viracopos aumentará 142% em sete meses, após o término das obras emergenciais realizadas pela concessionária. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (24), durante uma reunião solicitada pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (conhecida por Iata, em inglês) no Brasil, com representantes de empresas aéreas nacionais e internacionais em Campinas (SP).

O leilão para concessão de três aeroportos do país à iniciativa privada, entre eles Viracopos, ocorreu em fevereiro de 2012. As empresas vencedoras irão assumir a administração durante 30 anos em Campinas, 25 anos em Brasília e 20 anos em Guarulhos.

O controle de Viracopos ainda não está efetivamente nas mãos da concessionária, mas em 13 de agosto ela passou a acompanhar a operação do aeroporto, feita pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Para o início das obras de ampliação, ainda é aguardada a emissão do licenciamento de instalação por parte da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), que deve sair ainda este mês.

Mudanças para os passageiros

Após essa emissão, a concessionária terá o aval para iniciar a ampliação do aeroporto. Nesta segunda-feira, foram divulgados detalhes das primeiras intervenções a serem realizadas. A área de embarque aumentará dos atuais 2.396 km² para 5.814 km² até março de 2013.

Para os passageiros, as principais mudanças iniciais serão no número de sanitários oferecidos, além da modernização dos atuais, a implantação de uma passarela coberta entre os bolsões de estacionamento e o terminal de embarque, além de guaritas elevadas de vigilância. De acordo com a concessionária, essas são alterações de emergência no aeroporto e não estão relacionadas com as obras de ampliação, que dependem da licença da Cetesb.

Falta de um free shop

As empresas American Airlines, Emirates, TAP, Air France, Gol, Trip, KLM enviaram representantes para conhecer detalhes das obras de emergência. O diretor comercial da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, Carlos Valente, mostou aos convidados as intervenções que serão realizadas.

Os representantes perguntaram a Valente sobre a ausência de um free shop em Viracopos, considerado um fator determinante para os passageiros escolherem o aeroporto. De acordo com a Infraero, que ainda é a responsável por responder sobre o questionamento, há uma área pronta para receber as instalações de uma empresa do ramo e a única pendência é um documento que não foi enviado para a Receita Federal. Procurada pelo G1, a Receita informou que esses tipos de processos são sigilosos.

Outro questionamento feito ao diretor comercial foi em relação às vias de acesso para o aeroporto. Valente disse que esse é um assunto de competência das autoridades públicas, mas que a concessionária está disposta a oferecer estudos para os órgãos competentes.

De acordo com o diretor da associação Iata, Carlos Ebner, um dos pontos mais importantes para Viracopos atrair novas empresas é justamente a questão do free shop. “O passageiro quando vem do exterior, ele gosta de fazer suas compras”, disse.

Obras de ampliação

O diretor-presidente da Aeroportos Brasil Luiz Alberto Küster foi ouvido por uma Comissão Especial de Estudos (CEE) da Câmara de Vereadores em Campinas em julho. Na ocasião, ele mencionou que a primeira etapa do projeto, com custo estimado em R$ 1,4 bilhão, prevê a construção de um novo terminal de passageiros com capacidade para o transporte de 14 milhões de pessoas por ano, que deve contar com 28 pontes de embarque, com intuito de dispensar o uso de ônibus para os passageiros entrarem e saírem dos aviões. Pelo projeto, serão disponibilizadas mais 4,5 mil vagas de estacionamento, além das 2 mil já existentes.
Segundo Küster, a previsão é que seja construída uma nova pista de pouso entre 2018 e 2019. Para ele, a estrutura atual para os aviões é suficiente a médio prazo. O gargalo está no atendimento aos usuários do aeroporto. “O que não tem é um terminal de passageiros adequado”, disse. No fim da concessão, em 2042, o diretor-presidente projeta que Viracopos atenderá 80 milhões de pessoas por ano, oito vezes mais que atualmente, além de possuir três pistas de pouso. O complexo deverá abrigar shopping center, centro de convenções e três hotéis.

A longo prazo, Küster também menciona que o aeroporto terá capacidade para transportar três vezes mais carga dos que as atuais 300 mil toneladas. A Aeroportos Brasil Viracopos é formada por três empresas, Triunfo Participações e Investimentos, com 45%, a UTC Participações, também com 45%, e a francesa Egis Airport Operation, com 10%. O diretor-presidente disse que, até o fim da concessão, devem ser investidos R$ 8,4 bilhões.

Por G1

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