quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Viracopos: área de ruído é reduzida

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) fez novos estudos e concluiu que a área que será atingida pelo ruído das aeronaves quando o Aeroporto Internacional de Viracopos estiver ampliado é menor que a inicialmente projetada. Assim, reduziu o tamanho das áreas onde não poderá existir habitações, o que irá permitir a permanência de residências em uma grande parte dos bairros situados do outro lado da Rodovia Santos Dumont.

Essa área já estava fora das desapropriações, mas teve o zoneamento mudado pela Prefeitura para uso comercial e industrial, o que acabaria provocando a mudança de moradores. Com a alteração da curva de ruído, a área de uso industrial e comercial será menor, garantindo uma área residencial maior.

A Infraero informou que fez novos estudos, de diferentes esquemas para a operação do sistema de pistas, promovendo a redução das áreas com níveis de ruído aeroportuário mais elevado. A alteração ocorre em duas áreas. A Área 1, situada dentro do sítio aeroportuário, já desapropriada, foi reduzida de 2,31 quilômetros quadrados para 1,41 quilômetros quadrados. A Área 2, situada em frente ao aeroporto, depois da Rodovia Santos Dumont, foi reduzida de 9,85 quilômetros quadrados para 4,15 quilômetros quadrados.

A alteração consta dos relatórios que vêm sendo entregues pela Infraero à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), atendendo às informações complementares ao Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) pedidas pela agência ambiental. A Infraero informou que trabalha com a Prefeitura para o atendimento das exigências da Cetesb e que uma parte das informações completares foi protocolada dia 10 de setembro. A segunda parte foi entregue informalmente para análise entre os dias 23 e 24 de setembro. A estatal aguarda uma avaliação da agência ambiental amanhã e, se não houver mais nenhuma requisição, irá protocolar as respostas. A assessoria da Secretaria Estadual de Meio Ambiente confirmou que a Infraero tem encaminhado algumas das complementações pedidas.

A preocupação maior é com a curva de ruído porque a poluição sonora provocada na operação de aeronaves a jato altera os níveis de perturbação da população localizada em áreas próximas ao aeroporto. Os principais efeitos, relacionados ao ruído, dizem respeito ao risco de saúde física e psicológica, impacto no sono e na vida escolar. Há pesquisas que mostram que, devido à grande exposição ao ruído aeronáutico, houve maiores incidências de doenças ligadas à hipertensão e a distúrbios psíquicos, como ansiedade e insegurança em comunidades próximas a aeroportos.

A Prefeitura optou por não fazer desapropriações nos bairros do outro lado da Rodovia Santos Dumont acreditando que aquelas áreas terão grande valorização com a ampliação de Viracopos, o que permitirá que seus proprietários possam vendê-las e conseguir bons ganhos que permitam adquirir imóveis em outros locais.

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Alair Godoy, informou que a alteração da lei de uso e ocupação do solo daquela região está sendo finalizada para ir para a Câmara Municipal, e que aguarda apenas a avaliação da Cetesb às respostas encaminhadas pela Infraero. “Se não houver mais questionamentos, vamos definir o que será feito com as populações que estão dentro da área desapropriada. A Secretaria de Habitação está estudando o destino daquelas que ocupam áreas de risco e vamos definir a solução que será dada para aquelas que estão fora de risco”, afirmou.

Além da redução da curva de ruído, a Infraero havia promovido outras mudanças no projeto de ampliação de Viracopos. Uma delas foi a manutenção do traçado da ferrovia que integra o corredor de exportação. Em vez de fazer um desvio de 6,5 quilômetros, a empresa optou por passar os trilhos, em túnel, embaixo da futura pista do aeroporto. A estatal obteve o aval do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) para essa solução que, segundo a Infraero, reduzirá significativamente o impacto sobre as nascentes existentes no sítio aeroportuário. Além disso, irá reduzir a área a ser desapropriada em um milhão de metros quadrados, no bairro Friburgo, preservando assim a igreja e a escola da comunidade. Outra alteração no projeto foi o deslocamento da segunda pista para mais perto da Rodovia Santos Dumont.

SAIBA MAIS

Na área que será ocupada pelo futuro Aeroporto de Viracopos existem 48 nascentes e 438 hectares de vegetação nativa remanescente, sendo 235 hectares de cerrado, 173 hectares de floresta estacional semidecidual e 29,7 hectares de campos de várzea.

Infraero vai participar de novos planos

As prefeituras de Campinas, Indaiatuba e Monte Mor firmaram acordos de cooperação técnica com a Infraero, assegurando canais de cooperação permanentes entre a empresa e as prefeituras, com o objetivo de orientar as ações voltadas para revisão dos Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano e as medidas de controle e mitigação dos impactos relacionados às atividades aeroportuárias e, em especial, ao ruído, o que prevê o planejamento de uso e ocupação do solo para adequar essas áreas considerando a operação plena do aeroporto. “A Infraero irá nos ajudar a estabelecer uso e ocupação do solo para aquela região, que seja compatível com a atividade aeroportuária" , informou o secretário de Planejamento de Campinas, Alair Godoy. (MTC/AAN)

Por Correio Popular

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