sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Exportação por Viracopos supera 2008 pela 1ª vez

Mês a mês, os números da balança de comércio exterior do Aeroporto Internacional de Viracopos vêm apresentando recuperação, depois de sofrer um baque com a crise econômica. Em outubro, houve um forte crescimento nas exportações, que variaram positivamente 30,2% frente a setembro, e ainda ficaram 4,14% acima do mesmo mês do ano passado. Foi a primeira vez, em 2009, que a quantidade de carga exportada foi maior do que no ano anterior. O volume de importações subiu 12,6% em comparação ao nono mês deste ano.
Para especialistas e empresários, os números retratam o reaquecimento da economia brasileira e sinalizam para um cenário mais promissor no comércio internacional. Dados divulgados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) mostram que as exportações somaram 8.476 toneladas em Viracopos e as importações 13.321 toneladas. Desde junho, o relatório mensal da balança comercial aponta uma evolução no volume de produtos que foram comercializados para fora do País. No caso das compras em outros países, a curva ascendente teve início em maio.
A Infraero não detalhou quais os setores que tiveram as maiores expansões nas exportações e nas importações. Mas o professor do Centro de Economia e Administração (CEA) da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Adauto Ribeiro, acredita que um setor específico pode ter se beneficiado de uma grande venda para um cliente internacional e influenciou no volume exportado em outubro. “Surpreende o forte crescimento em peso das exportações. Normalmente, quando há um pico como o que aconteceu em outubro, ele está relacionado ao fornecimento de um produto específico para fora do País”, disse.
Embora tenha feito essa observação, o especialista ressaltou que há um movimento de recuperação do comércio exterior. Ele lembrou que, lentamente, os volumes estão em expansão em Viracopos, porém os números mostram que ainda estão menores do que no ano passado. Conforme informações da estatal, no acumulado do ano há um recuo de 31,54% nas exportações e de 28,04% nas importações ante 2008. “Há uma evolução dos volumes importados e exportados nos últimos meses. Mas os indicadores ainda estão abaixo de 2008”, pontuou Ribeiro.
O professor é responsável pela análise da balança comercial dos municípios que formam a Região Metropolitana de Campinas (RMC), no boletim econômico divulgado mensalmente pela universidade. Ele considerou que os números apresentados pelo aeroporto são bons, mesmo com um cenário desfavorável para as exportações com o câmbio em baixa. Ribeiro acentuou que um detalhe importante revelado em estudos atuais sobre as exportações da região é que há um esforço exportador para aumentar o volume vendido na América Latina.
“Há um aprofundamento estratégico que tem como foco clientes de países da região. Nós vendemos pneus, peças automotivas e linha branca para mercados como Equador e Colômbia. E espera-se que Viracopos seja a principal porta de saída desses produtos”, comentou o especialista, que vê espaço para ampliar os volumes comercializados com a região. “As empresas da RMC são responsáveis por 0,4% de todas as importações do Chile. O volume já foi de 0,7%. Na Argentina, a participação é de 3%. Nós já atingimos 4,2%”, disse. Ele lembrou que a estratégia reduz o custo de logística.


Fonte: Cosmo

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