Preço desigual de táxis cria imbróglio em Viracopos

Foto: Érica Dezonne/AAN

Taxistas travam uma verdadeira batalha por passageiros no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Os que operam táxis comuns reclamam que os motoristas executivos, que deveriam cobrar 30% mais caro que a corrida normal, estão “aliciando” pessoas com preços semelhantes aos dos táxis comuns. Os executivos, no entanto, negam as acusações e dizem que são alvo de hostilidade por parte dos taxistas convencionais.

Nesta segunda-feia (9), cerca de 20 taxistas que operam em Viracopos foram até a sede da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) para fazer uma reclamação formal contra o que consideram uma concorrência desleal. 

“Eles ficam abordando os clientes e não estão cumprindo a tabela. Denunciamos várias vezes a situação junto à Emdec”, diz Jorge Pansani de França, diretor do Sindicato dos Taxistas Permissionários Autônomos de Campinas.

O proprietário da empresa de táxi executivo Jadiel Souza encaminhou uma reclamação para a Emdec e para a concessionária Aeroportos Brasil contra o presidente da cooperativa de táxi Aerocoop, Paulo Alves. 

“Eu estava em frente ao nosso guichê entregando um cartão a um cliente, quando fui abordado grosseiramente pelo senhor Paulo, presidente da Aerocoop, com palavras agressivas e ameaçadoras na frente dos clientes, causando um grande constrangimento”, informou Souza.

Os executivos começaram a operar em Viracopos em dezembro de 2012. De acordo com a concessão Emdec, o valor do serviço prestado pelos executivos deve ser mais 30% mais alto em relação ao sistema tradicional. 

Essa categoria opera com carros pretos, mais luxuosos e com motoristas uniformizados. “Nossos carros têm airbag duplo, freios ABS e os nossos motoristas são contratados e seguem à risca a Consolição das Leis Trabalhistas (CLT)”, afirma Jadiel Souza.

Ao todo, 15 carros executivos e 60 táxis tradicionais prestam o serviço no aeroporto. Os guichês para quem solicita o serviço ficam um do lado do outro no saguão. Os taxistas executivos têm 15 carros no aeroporto e fazem cerca de 30 viagens por dia, enquanto os 60 carros tradicionais fazem entre 180 e 200 corridas.

Uma corrida de Viracopos ao Cambuí, por exemplo, custa R$ 68 em táxi normal. Se a opção for o táxi Executivo, o preço sobe para R$ 88,40. “Quem usa o Executivo quer um serviço diferenciado mesmo e sabe que vai pagar mais caro por isso”, diz o publicitário Gustavo Souza. 

Mas há quem prefira pagar menos pelo transporte. “Pouca coisa muda. Os carros dos táxis convencionais também são confortáveis. Não ligo”, afirmou a balconista Iara Amaral. Os usuários ouvidos pela reportagem acreditam que a concorrência é saudável.

Na avaliação do proprietário da Táxi Executivo, as duas categorias podem conviver de forma harmoniosa. “Há mercado para as duas formas de transporte. O aeroporto está crescendo e sempre vai precisar de mais carros”, disse Souza. 

Mas os taxistas convencionais reclamam de uma queda no movimento. “Desde que eles começaram a operar, o número de corridas caiu cerca de 40%”, contou o taxista Marco Antônio Fogari.

Notícia por Correio Popular - Patrícia Azevedo