sábado, 26 de maio de 2012

Viracopos acelera ritmo de produção da Replan

A Refinaria de Paulínia (Replan) vai ampliar a produção de querosene de aviação dos atuais 80 milhões de litros anuais para 180 milhões em cinco anos para atender principalmente o Aeroporto Internacional de Viracopos. Isso irá exigir a construção de novas unidades de hidrotratamento de diesel e querosene (HDT). As obras, segundo o gerente de otimização da refinaria, Osvaldo Menossi, estão em fase de licenciamento ambiental e devem ter início no final de 2013.

O crescimento no volume de passageiros transportados no terminal de Campinas levou a Replan a aumentar em duas vezes e meia a produção de querosene desde 2008, quando Viracopos retomou voos de passageiros com mais força, a partir da chegada da Azul. Há cinco anos, a refinaria trabalhava com 30 milhões de litros.

A chegada da Azul em 2008 transformou Viracopos em um terminal da companhia e acirrou a concorrência de outras aéreas, com uma competição por tarifas e rotas. Mas não foi só isso. Em julho de 2010 os voos internacionais voltaram a Campinas e também houve um crescimento geral no número de passageiros que optaram pela aviação por causa das melhorias das condições do País. No segundo semestre Viracopos ficará sem voos internacionais porque a Pluna, que operava a rota Campinas Montevideo suspendeu no final de abril e a TAP, que faz três voos semanais para Lisboa, vai interromper a rota em outubro. 

No ano anterior à chegada da Azul em Campinas, em 2007, passaram pelo aeroporto de Campinas 117,4 mil passageiros. A Azul passou a operar no final de 2008 e elevou para 1,08 milhão de passageiros transportados naquele ano. Em 2011, Viracopos fechou a estatística com 7,5 milhões de passageiros. Proporcionalmente, o número de aeronaves que pousaram e decolaram também cresceu, aumentando a demanda por combustível. Foram 29,2 mil em 2007, subiu para 32,3 mil em 2008 e no passado atingiu 99,9 mil aviões.

O plano diretor de ampliação de Viracopos, elaborado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), estima que em 2015 serão 10,4 milhões de passageiros e 113,2 mil aeronaves passando pelo aeroporto de Campinas, um crescimento que irá pressionar a demanda por produtos e serviços e o combustível de aviação é um deles. 


Serão construídas duas HDT, sendo que a primeira delas entrará em operação no próximo ano e a segunda, em 2017, para produzir diesel S-500 e S-10, e atender a demanda crescente de diesel no país e se adequar a legislação de redução de enxofre no combustível. 

A ampliação da produção de querosene de aviação se dará em 2017 para atender Viracopos, e irá suprir o mercado que está sendo atendido por importação, auxiliar o aeroporto de Guarulhos e os terminais do interior do Estado.

O diesel S-50 (ou seja, tem enxofre na proporção de 50 partes por milhão - ppm), inicialmente disponível para as frotas das metrópoles, hoje está disponível em todo o país. O enxofre do diesel S-50 será reduzido no próximo ano, para atingir a proporção de 10 ppm, o S-10, no padrão europeu. No licenciamento ambiental, a refinaria pediu autorização para aumentar a captação de água do Rio Jaguari e conseguiu aval dos Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). A autorização de aumento de captação ficou vinculada a contrapartidas que a refinaria foi obrigada a fazer, e que somam cerca de R$ 6 milhões, na bacia. 


Os comitês exigiram a realização de investimentos em reflorestamento nas nascentes das áreas prioritárias para produção de água na Bacia do Camanducaia; apresentação de propostas para estudos, projetos e obras que permitam o aumento da disponibilidade hídrica antes do ponto de captação de água pela refinaria nas bacias do Camanducaia e Jaguari, contemplando estudo comparativo entre a implementação da barragem do Camanducaia e das alternativas de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo a serem desenvolvidas pela Sabesp. 


Também foi exigido a implantação de postos fluviométricos e de qualidade, automáticos, nas captações da Replan e na captação de Sumaré, no Rio Atibaia, entre outros estudos e obras.

Por Agência Anhanguera 

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