O consórcio que administrará o aeroporto de Viracopos, em Campinas
(SP), pode ter uma empresa holandesa em sua composição, disse à Reuters
uma fonte do governo federal.
Falando sob a condição de anonimato, a fonte disse que a nova
companhia poderá ser adicionada ao grupo vencedor do leilão de concessão
de Viracopos -- que tem uma empresa francesa como parceira para a
operação aeroportuária -- ou substituir um de seus participantes.
O único operador holandês de aeroportos é o Schiphol Group, que
administra o aeroporto de Amsterdam, o quarto maior da Europa em volume
de passageiros e terceiro em transporte de carga.
Segundo informações disponíveis no website da companhia, além de
Amsterdam a empresa administra aeroportos em Rotterdam, Eindhoven e
Lelystad, além de deter participações diretas ou indiretas em aeroportos
nos Estados Unidos, Austrália, Itália, Indonésia, Aruba, Suécia e
França.
O consórcio Aeroportos Brasil, formado por Triunfo Participações, UTC
Participações e Egis Airport Operational, obteve a concessão de
Viracopos ao oferecer no leilão R$ 3,8 bilhões, o que representou um
ágio de 160% em relação ao preço mínimo estipulado.
Procurada pela Reuters, a Triunfo Participações disse que a informação sobre a empresa holandesa não procede.
Notícia publicada na imprensa no início desta semana dizia que o
governo estava exigindo a troca dos operadores de aeroportos integrantes
dos consórcios vencedores do leilão de licitação dos aeroportos do
Brasília, Campinas e Guarulhos.
No mesmo dia, a Secretaria de Aviação Civil enviou comunicado em que
afirmava que era "improcedente" a informação, lembrando, porém, que as
regras do processo de concessão permitem que os consórcios vencedores
busquem novas parcerias com o objetivo de fortalecer ou modernizar os
projetos de infraestrutura e gestão desses aeroportos.
Segundo a fonte disse à Reuters, o governo não pode exigir a troca,
mas tem pressionado para mudanças nos consórcios, deixando claro que
cobrará com firmeza o cumprimento das metas estabelecidas nos contratos
de concessão.
A alteração também poderia acontecer no aeroporto de Brasília, disse a
fonte, sem dar maiores detalhes. A Engevix, que faz parte do consórcio
vencedor para aquele aeroporto, Inframérica Aeroportos, com a argentina
Corporación América, não comentou a informação.
A fonte disse que a preocupação do governo sobre a pouca experiência
que alguns operadores que ganharam a licitação têm foram compartilhadas
em reuniões da Casa Civil com os consórcios vencedores nos últimos
meses.
Apesar das três operadoras cumprirem a exigência estabelecida no
edital de que elas devem administrar aeroportos com tráfego superior a 5
milhões de passageiros por ano, nenhuma delas figura entre as grandes
operadoras globais.
O consórcio Aeroportos Brasil enfrentou questionamentos do segundo
colocado, o consórcio liderado pela Odebrecht, e da empresa ES
Engenharia, que entraram com recursos contra o resultado. Em 26 de
março, entretanto, a Comissão Especial de licitação da Anac decidiu
manter a habilitação do consórcio vencedor. A assinatura do contrato
está prevista para 25 de maio.
Por iG
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