terça-feira, 1 de junho de 2010

Campinas sediará estatal do Trem de Alta Velocidade (TAV)

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que Campinas será a sede da futura Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade, a Etav, estatal que será criada com o objetivo de absorver a transferência de tecnologia do consórcio privado que vencer a licitação para a construção e operação do trem de alta velocidade (TAV) brasileiro. A obra ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.Fontes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informaram, no entanto, que embora Campinas seja forte candidata para receber a estatal, ainda não foi definida a localização da futura empresa. São José dos Campos também estaria na disputa.“Será uma empresa de referência em toda a América do Sul para desenvolver projetos de trem de alta velocidade para a América do Sul, África e os mercados que surgem para o TAV. É uma ideia inovadora e nós não podemos perder a oportunidade de ter uma forte parceria do governo federal com a Prefeitura para desenvolvê-la”, disse Padilha, em entrevista exclusiva ao Correio.Segundo o ministro, a Etav — já prevista no projeto do governo brasileiro do TAV — será uma empresa de economia mista, de gestão tripartite (União, Estado e Prefeitura), semelhante à planejada para conduzir a execução das obras do projeto da Olimpíada do Rio de Janeiro.A escolha da cidade, segundo o ministro, se deve ao fato de a ideia da criação da empresa ter nascido em Campinas, numa proposta do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) — apresentada à então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, hoje pré-candidata à Presidência da República pelo PT — para capitalizar o potencial imobiliário do entorno do trajeto do trem rápido. Além disso, afirmou Padilha, Campinas é um importante polo tecnológico e celeiro de mão de obra qualificada no setor.“Colocamos a proposta de que seria necessário ter uma empresa que tivesse como fundo o potencial imobiliário (do TAV), e associado ao incentivo fiscal e capital nacional e internacional, poderia servir para que o Brasil, de um lado, pudesse obter da concessão o total da transferência de tecnologia e, de outro lado, uma parcela desse dinheiro serviria, se precisar, para regular as diferenças tarifárias”, disse Hélio. “Só os municípios é que detêm o poder de legislar sobre o solo público, e uma cidade como Campinas, que tem uma área muito grande que pode ser voltada para esse fundo, é que poderia realizar isso. Campinas tem 21 milhões de metros quadrados no Aeroporto de Viracopos, 400 mil m2 no pátio ferroviário. Essas foram as circunstâncias colocadas”, explicou o prefeito.Segundo Hélio, ainda não foi definida uma área para a construção da sede da empresa, que deve ser criada ainda este ano, apesar do atraso no processo licitatório do TAV.“Tem que ser uma empresa enxuta e que fique preparada, com a transferência de tecnologia, para travar com a empresa vencedora outras disputas que possam se dar com o estabelecimento do TAV, tanto no Brasil quanto em outros países da América Latina”, disse o prefeito.
Fonte: Correio Popular

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