sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Empresários discutem o futuro de Viracopos em debate

O encontro entre os empresários aconteceu na Ciesp- Campinas.
Os empresários temem que a falta de planejamento dos municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC) acabe por transformar o Aeroporto Internacional de Viracopos em um “elefante branco” cercado de conglomerados urbanos, como já ocorre com os aeroportos de Guarulhos e Congonhas, e inviabilizar o desenvolvimento econômico regional e do próprio aeroporto. A maior preocupação vem do fato de os prefeitos não estarem se envolvendo para o planejamento conjunto do uso do solo em um raio de 15 quilômetros do aeroporto, de forma a incentivar a instalação de distritos industriais.
“Se o entorno do aeroporto continuar a ser ocupado por moradias, vamos inviabilizar Viracopos, porque não poderá funcionar à noite, justamente quando ocorre o maior volume do transporte de cargas. Se demorarmos mais para agir, vamos ter mais ocupações e Viracopos estará fadado a ser um elefante dentro dele mesmo, sem possibilidade de expansão e de instalação de centros logísticos no seu entorno”, disse o 1º vice-diretor regional de Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), José Nunes Filho, presidente do recém-criado Conselho de Infraestrutura e Logística do Ciesp-Campinas. O conselho nasceu com a missão de abrir o debate para o envolvimento da RMC em relação a Viracopos.
O primeiro debate ocorreu ontem (10/12), no Ciesp-Campinas, para discutir Viracopos e o futuro da RMC. Foram convidados representantes da região, na tentativa de montar uma agenda que inclua na RMC a meta de ter um projeto logístico conjunto. “A área que está em um raio de 15 quilômetros do aeroporto tem que ser pensada. É preciso infraestrutura viária e de saneamento para não termos futuramente um colapso logístico, como está ocorrendo em Congonhas e Guarulhos, que só podem ter atividade econômica dentro do próprio sítio aeroportuário”, afirmou o empresário.
Nunes Filho observou que, atualmente, 430 municípios utilizam Viracopos, porque o aeroporto é bastante eficiente no desembaraço aduaneiro. Isso significa que ele já é um rub de carga e deverá também ser um rub de passageiros com a ampliação. “Mas sem planejamento, não
haverá consumo nas cidades, nem geração de emprego e muito menos de tributos”, disse.

Momento de definição

Para o professor da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e diretor técnico do Conselho de Infraestrutura e Logística do Ciesp, Josmar Cappa, chegou a hora de parar de falar que queremos Viracopos e partir para a segunda fase, que é definir se Viracopos irá servir à região ou irá servir-se dela. “Se for para servir-se, significa que a região não está olhando o empreendimento como deve ser olhado”, afirmou.
A questão, disse o empresário José Nunes Filho, é que Viracopos não deve ser pensado para ser o terceiro aeroporto de São Paulo. “Isso significaria existir para resolver o problema de Guarulhos e de Congonhas, trazendo para cá passageiros que apenas embarcarão aqui. Não consumirão, não irão demandar infraestrutura hoteleira nem nada. Não queremos apenas resolver o problema de São Paulo, queremos resolver o problema da região, de forma que o aeroporto tenha repercussão na geração de renda e emprego regional”, disse.

Fonte: Cosmo Online

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