quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Viracopos: solução a 90 km de SP - Matéria VEJA

Milhares de passageiros vêm sofrendo nos últimos anos com a saturação do sistema de transporte aéreo em São Paulo. Provavelmente eles não sabem, mas o terceiro grande aeroporto paulista já está pronto, sem nunca ter sido totalmente explorado. Localizado a 90 quilômetros da capital, Viracopos dará início, no segundo semestre de 2010, a um projeto de expansão que triplicará sua capacidade e ajudará a desafogar os céus do estado. De acordo com o plano já aprovado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), até 2014 sua capacidade saltará dos atuais 3,5 milhões para 10 milhões de passageiros atendidos por ano. A expectativa é que, em 2030, o número bata em 60 milhões - fazendo de Viracopos o maior aeroporto da América Latina.

A reforma terá início pela pista de pouso e decolagem. A primeira etapa do projeto inclui ainda a construção de uma segunda pista, ampliação do pátio de aeronaves e do estacionamento de veículos, reforma do terminal de passageiros e aumento do número de balcões de check in. Até 2020, Viracopos poderá ombrear com o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, que tem capacidade para atender 20 milhões de pessoas por ano.

O custo da ampliação é substancialmente inferior ao da construção de um novo aeroporto - tese levantada por analistas desde o início do caos aéreo brasileiro, em 2006. A reforma de Viracopos está estimada em 6,4 bilhões de reais. Já a construção de uma nova pista internacional não sai por menos de 6 bilhões de dólares - cerca de 10,5 bilhões de reais.

"A ampliação de Viracopos não resolverá definitivamente o problema da aviação em São Paulo", pondera o professor Orlando Fontes Lima Júnior, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Mas o amenizará consideravelmente pelos próximos anos, principalmente com relação às cargas aéreas e aos voos internacionais". Ele acredita que a construção de outro aeroporto é inevitável, mas defende que a nova pista seja instalada em um ponto ainda mais ao interior do estado, para descentralizar as operações.
Por Branca Nunes - Veja

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